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A diferença entre Faculdade de Comunicação e curso de comunicação

Opinião | Domingo, 30 de Maio de 2010 - 16h58 | Autor: Gerson Luiz Martins
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As diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo a serem submetidas ao Conselho Nacional de Educação, nos próximos meses, estabelecem e corrigem um equívoco de mais de três décadas. Não haverá mais curso de comunicação social, habilitação em Jornalismo, mas Curso de Jornalismo, ou seja, curso de bacharelado em Jornalismo.

Os estudantes que concluírem o curso de Jornalismo a partir de 2011 terão, em seus diplomas, anotado “título de Bacharel em Jornalismo”. Afinal, a profissão tem uma denominação muito definida há muitos anos, sempre foi “jornalista”. Nunca se ouviu, leu, por exemplo, em algum anúncio de jornal que alguma empresa, instituição procurasse um “comunicólogo”. Todos os anúncios de emprego para a área de comunicação sempre foram muito claros na busca de jornalistas, publicitários, relações públicas ou outros. É importante deixar uma coisa muito clara: comunicação é área de conhecimento, não é uma profissão.

O modelo de ensino superior adotado no Brasil é da formação profissional. Todos os cursos universitários têm essa característica, mesmo aqueles que tem como foco áreas mais teóricas, como Filosofia, por exemplo. Os formados em Filosofia recebem um diploma de Bacharel ou Licenciado em Filosofia e vão atuar profissionalmente nesse campo do conhecimento, seja como filósofos ou como professor de filosofia, no caso do licenciado.

O sistema de ensino superior no Brasil admite duas formas de qualificação profissional, ou como bacharel, profissional autônomo, ou como licenciado que qualifica a pessoa para ser professor no campo do curso que concluiu. No caso da área de comunicação, não existe o licenciado em comunicação, denominação adotada em Portugal para o bacharelado no Brasil. Assim, é novamente importante destacar que, com base na perspectiva de área de conhecimento, pode-se compreender uma Faculdade de Comunicação, entidade universitária que reúne vários cursos, neste caso Jornalismo, Publicidade, Relações Públicas, Editoração, Cinema e audiovisual, entre outros. O curso, dado que normatiza o acesso a uma profissão, deve ser denominado pelo campo profissional, neste caso, Curso de Jornalismo.

Nos anos anteriores ao acordo MEC/USAID, não tínhamos curso de comunicação, haviam muitas escolas que formavam jornalistas, publicitários e os demais em cursos específicos. A partir do governo militar e com o acordo entre o MEC e o governo dos Estados Unidos é que se enquadrou todos os cursos de Jornalismo, por exemplo, como curso de comunicação. Num primeiro momento no que foi chamado de curso polivalente, ou seja, aquele que concluía o curso de “comunicação” se tornava bacharel, ao mesmo tempo, em jornalismo, publicidade, relações públicas, etc; se tornava um profissional sabe-tudo e sabe-nada. Como o modelo não deu certo, por razões mais do que evidentes, se estabeleceu que os cursos de “comunicação” formariam bacharéis em comunicação com habilitação em algum campo profissional e assim se criou um curso de quatro anos, com dois anos de formação teórica e generalista e dois anos de formação profissional e técnica. Esse formato enfatizou a pseudo ideia de separação entre teoria e prática.

Da mesma forma, os concluintes desse modelo nem se tornavam expert nas teorias da comunicação e tampouco no campo profissional, pois o tempo para isso não permitia maior aprofundamento, além de enfatizar a separação entre teoria e prática. E de certa forma, é o que propõe a proposta de Reforma do Ensino Superior, projeto que está engavetado na Câmara Federal e que o governo atual implementa gradativamente. Vejam, por exemplo, a campanha publicitária do MEC na televisão. Uma das peças, quando aparece a UFABC, trata desse assunto, ou seja, cursos superiores com dois anos de formação nas ciências humanas, mais de cunho teórico, e dois anos de formação profissional, mais técnico. Novamente se preconiza a separação, falsa, entre teoria e prática.

A partir de 2011, felizmente para o Jornalismo, e a partir da aprovação da novas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Jornalismo, os cursos terão uma denominação específica, que reforça a identidade de sua formação, da pesquisa e da extensão. A matriz curricular dos Cursos de Jornalismo compreenderão teoria e prática, humanidades e técnicas lado a lado, inseparáveis como deve ser um efetivo e real exercício da práxis. Em qualquer área científica ou profissional não nos é permitido pensar distante da realidade.


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Comentários


mayra andrade - TRES PONTAS MG - 13/06/2013

obrigada por me ajudarem pois tinha dúvidas em qual aréa seguir,e agora sei q quero editoraçao




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