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Avaliação da pós-graduação

Opinião | Terça-feira, 05 de Julho de 2011 - 22h45 | Autor: Gerson Luiz Martins
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O sistema de pós-graduação no Brasil tem hoje respeito internacional. Realizar curso de pós-graduação stricto-sensu – mestrado ou doutorado no país não é mais sinônimo de cursos de segunda linha ou dizer que os mestres e doutores qualificados aqui não possuem o padrão de qualidade daqueles que realizam seus cursos fora do país. Pelo contrario. Dependendo do curso que se realiza fora do Brasil, o diploma não será reconhecido, pois o sistema de pós-graduação brasileiro não reconhece muitos cursos de outros países. Para saber quais são esses cursos, o interessado deve fazer consulta na página da internet da CAPES. A Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES recomenda, na internet, que os candidatos escolham com cuidado o curso de pós-graduação. Essa recomendação é extensiva aos programas de pós-graduação de outros países.

Alguns anos atrás o professor, o pesquisador que fazia curso fora do Brasil tinha um reconhecimento público excepcional, acima dos padrões nacionais e o próprio se colocava acima dos “mortais” que faziam cursos aqui. Essa não é mais a realidade. Quando o professor ou pesquisador informa que realizou curso de mestrado ou doutorado no exterior, há indagação do local do curso, pois poderá ser sinônimo de programa desqualificado ou, como si dizia antigamente na graduação, curso vago, onde o aluno faz apenas as provas e não tem cumprimento de carga horária presencial.

O reconhecimento nacional e internacional da pós-graduação brasileira, mestrados e doutorados, acontece em decorrência do sistema de avaliação aplicado pela CAPES nos programas existentes. Essa avaliação acontece a cada período de três anos e verifica o perfil do corpo docente, das condições de biblioteca, produção científica, da estrutura da instituição em que o curso está inserido, além das condições de publicação das pesquisas realizadas pelos professores do curso. Na avaliação a CAPES não realiza o reconhecimento do curso, como acontece nos cursos de graduação em que o INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e a Secretaria de Ensino Superior do MEC – SESu administram a autorização (no caso das faculdades isoladas), o reconhecimento e a avaliação. No processo de avaliação da pós a CAPES faz a recomendação, ou não, do curso. Assim, a entidade estabeleceu um sistema de pontos que classifica os cursos em não recomendados e recomendados por níveis de qualidade. Por esse critério o curso que têm conceito 3 (três) significa que está recomendado numa condição básica. O curso que recebeu conceito 4 (quatro) está no primeiro nível e apresenta desempenho satisfatório. Nesse caso, dizer que o curso que tem conceito quatro está entre os melhores do país, é propaganda enganosa. Para que o curso esteja entre os melhores do país é necessário que seja recomendado com conceito 6 (seis) ou ainda 7 (sete). Cursos que estão classificados com conceitos entre cinco e seis são considerados de boa qualidade e equivalentes aos melhores programas de outros países. Como informa a CAPES nas diretrizes de avaliação dos cursos: “um curso com conceito 5 deverá, em seu conjunto, ter atingido a excelência do padrão de qualidade estabelecido pela área de conhecimento”. A classificação dos cursos está disponível na página da CAPES na internet, no endereço www.capes.gov.br. Professores, pesquisadores, profissionais que desejam fazer curso de pós-graduação stricto-sensu: mestrado ou doutorado devem, antes de qualquer coisa, verificar a qualificação do curso pretendido.

Uma informação importante para os leitores: no Brasil a pós-graduação é dividida em cursos de lato-sensu e stricto-sensu. Os cursos de lato-sensu são os chamados cursos de especialização e não necessitam de recomendação da CAPES para funcionamento. E os de stricto-sensu – mestrado e doutorado – que para funcionar necessitam de avaliação e recomendação da CAPES.

Uma última recomendação: busque fazer curso de mestrado ou doutorado na sua área de atuação. Nas avaliações que as Comissões do MEC realizam periodicamente nos cursos de graduação é consenso valorizar os títulos adquiridos na área de atuação do profissional. E uma última reflexão, um profissional que diz que tem pós-graduação, e isso é muito usado no marketing pessoal, não diz, necessariamente que tem mestrado ou doutorado. O que se faz é enganar as pessoas para dizer que pós-graduação é sinônimo de mestrado ou doutorado.


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