Ciberjornalismo é um nome recente, pode ser confundido com jornalismo online, jornalismo digital e webjornalismo. De maneira corrente, todos tem o mesmo significado, ou seja, o jornalismo produzido na e para a internet. No meio acadêmico, científico, no entanto não há igualdade, cada uma das nomenclaturas abrange uma forma diferente de observar, estudar o jornalismo praticado na internet.
Trabalho produzido pela pesquisadora e jornalista Luciana Mielniczuk, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 2003, estabelece uma definição para as várias nomenclaturas, ou seja, jornalismo digital é o termo utilizado para designar o jornalismo produzido na Web ou outros suportes de publicação de cunho digital, como por exemplo CD-Roms, celulares, entre outros; webjornalismo designa a produção de conteúdo exclusivamente para Web, editar informações para serem distribuídas em plataformas como SMS, podcast, correio eletrônico, RSS, entre outros; jornalismo online é desenvolvido utilizando tecnologias de transmissão de dados em rede e em tempo real e ciberjornalismo envolve tecnologias que utilizam a cibernética ou o jornalismo praticado no ciberespaço.
Conforme Mielniczuk, a utilização do computador para gerenciar um banco de dados na hora da elaboração de uma matéria é um exemplo da prática do ciberjornalismo. Assim, o termo ciberjornalismo é que melhor compreende e abrange a produção, o consumo, a pesquisa e os estudos sobre jornalismo na e para a internet.
Campo Grande é uma das cidades pioneiras na produção do jornalismo na internet. Temos ciberjornalismo há mais de 10 anos. O Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo da UFMS (CIBERJOR-UFMS) prepara um livro sobre esses 10 anos, com textos dos professores Thaísa Bueno, Lucas Reino, Inara Silva, Rosane Amadori e Gerson Luiz Martins. O livro deverá ser lançado até o final de 2010 e apresenta um panorama do desenvolvimento do ciberjornalismo em Campo Grande.
O CIBERJOR iniciou suas atividades em junho de 2008, quando organizou o 1º Seminário de Ciberjornalismo de Mato Grosso do Sul e trouxe o professor, catedrática da Universidade Federal da Bahia e coordenador do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online – GJOL, Dr. Marcos Palácios, um dos principais cientistas da área no país. O CIBERJOR hoje faz parte de uma rede de Grupos de Pesquisa, liderado pelo GJOL/UFBA, que compreende ainda o Laboratório de Pesquisa Aplicada em Jornalismo Digital – LAPJOR da Universidade Federal de Santa Catarina, o Grupo Virtus da Universidade Federal de Pernambuco, Grupo Jor XXI da Universidade Tuiuti do Paraná, Grupo Comunicação, Jornalismo e Mídias Digitais da Universidade de São Paulo, Grupo Jornalismo Digital da Universidade Federal de Santa Maria e Centro de Estudos de Cibercultura e Comunicação em Meios Digitais da Universidade Federal Fluminense.
Neste ano, o CIBERJOR-UFMS organiza o 2º Seminário de Ciberjornalismo, que acontece nos dias 19 e 20 de agosto próximo e terá lugar no auditório do Bloco 5 da Uniderp. O tema do Seminário será “A convergência de redações na era da internet” e terá as palestras dos professores Elias Machado (UFSC), coordenador do LAPJOR e Daniela Bertocchi (USP) pesquisadora de web semântica. Além disso, estão programadas oficinas sobre “redes sociais para jornalismo” e “como ganhar dinheiro com seu blog”. No período da tarde, haverá sessão de grupos de trabalho, com apresentação de pesquisas de graduação e pós-graduação. As inscrições para o Seminário de Ciberjornalismo começaram no dia 1 de agosto e terminam no dia 9. O acesso para o formulário de inscrição, exclusivamente via internet, é feito pelo endereço www.ciberjor.ufms.br.
A nomenclatura usual para jornalismo na internet, ciberjornalismo, é ainda confusa para muitas pessoas. Há uma tendência na leitura do formato anglo-saxonico, ou seja, cyberjournalism (saiberjornalismo). No Brasil, foi adotado a nomenclatura ibérica, ou seja, lê-se ciberjornalismo tal como se escreve e não como as pessoas falam “site” (saite), que na nomenclatura ibérica se escreve e se lê sítio, o que no Brasil provocaria algumas confusões, por isso usa-se a variação “sítio web” ou “sítio na internet”, ou ainda, de forma inapropriada, “portal”. E não obstante as denominações se percebe que o jornalismo produzido na internet permeia todas as redações jornalísticas, seja na TV, no rádio, nos jornais impressos.
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