Neste período do ano muitas famílias costumam sair para as férias de verão. Otimiza-se o tempo com as férias escolares e, muitas vezes, com as férias dos pais, mesmo que por alguns dias. Logo após o período de festas – Natal e Ano Novo – as famílias escolhem destinos no litoral brasileiro para o seu merecido descanso. Esse período costuma se estender entre 10 e 20 dias. Também nesse período de férias é comum que muitos visitem outras cidades, além do destino de férias, principalmente cidades do porte de Campo Grande ou maiores. Cidades como Campinas, Bauru, Araçatuba, Sorocaba, Londrina, Maringá, São Paulo, Santos, Ponta Grossa, Curitiba, Florianópolis, Joinville, entre tantas outras.
Nesses passeios é inevitável as inúmeras comparações sobre o desenvolvimento urbano das cidades e Campo Grande. Dependendo do destino final de férias, a permanência nessas cidades pode durar muitos dias. Para facilitar esta reflexão, pode-se mencionar cidades como Joinville, Florianópolis e, também, Curitiba, embora esta última não possa ser comparada a Campo Grande pelo tamanho da população, entre outros aspectos.
A comparação acontece, primeiramente, na infraestrutura urbana, nas ruas, nos locais de lazer, na limpeza urbana e consequentemente na educação da população no que diz respeito à sociabilidade urbana.
No retorno a Campo Grande, e aqui vale a perspectiva das viagens rodoviárias, meio mais utilizados pelas famílias em viagem de férias, o impacto do retorno é muito sensível, facilmente percebido. Nesse aspecto, é interessante registrar alguns pontos.
Quando se chega em Campo Grande um primeiro impacto, forte, sobre as vias públicas, as ruas estão esburacadas. Não, não é buraco resultado das recentes e fortes chuvas, tampouco se trata exatamente de buracos. As ruas de Campo Grande têm tantos remendos no asfalto que é impossível não sentir a diferença entre transitar pelas ruas de Joinville, Curitiba ou Florianópolis e Campo Grande. O carro sofre tantos solavancos que se torna muito diferente transitar pelas ruas de asfalto liso de qualquer outra cidade em relação a colcha de retalhos que se encontram as ruas de Campo Grande. A maioria das ruas da cidade tem inúmeros remendos que tanto faz transitar por uma estrada sem pavimento ou pelas vias pavimentadas. E é importante que se registre, este é um impacto muito forte. Não dá para ignorar. E este não é um fato se comparado a somente uma das cidades citadas. Pode ser comparada a todas as cidades mencionadas. É possível transitar nessas cidades por vias com pavimento asfáltico liso, sem remendos. Em Campo Grande, campeã das ruas remendadas, os remendos são mal executados, transformam as ruas numa verdadeira “colcha de retalhos”.
Também em relação às vias urbanas, se tornou regra implantar semáforos. Em qualquer esquina há um semáforo. Mais um semáforo, sem necessidade, na Via Parque. No entanto, no cruzamento das ruas Pedro Celestino e Eduardo Santos Pereira, há muito se reclama um sinalizador de passagem para veículos e pedestres. Em se tratar da Via Parque, ou melhor, rua Prof. Luis Alexandre de Oliveira a principal empreiteira da construção civil determinou que não pode ser construído um viaduto no cruzamento da avenida Mato Grosso e avenida Nelly Martins. Uma obra de interesse privado no local será prejudicada com o viaduto, mesmo que o atual sistema de logística de trânsito seja prejudicial aos usuários. É o interesse privado se sobrepondo ao público, fato comum neste país.
Ainda o cidadão recebe o “impacto Campo Grande” no trato amistoso – e se trata de uma ironia – que se dispensa entre os usuários do trânsito. A sinalização foi instalada para decorar as ruas, não para ser respeitada. É muito comum um condutor sair da faixa mais a esquerda da via, atravessar na frente dos outros veículos, em movimento, para convergir à direita. Os riscos de colisão são frequentes.
E para finalizar, o “impacto Campo Grande” mais recente está na descoberta de que dezenas de ruas não possuem placas de identificação! Fato que compromete e dificulta o trabalho de centenas de carteiros. Nesse aspecto, felizmente para esses profissionais, existe o “Google”. E para os turistas e cidadãos de outras cidades quando chegam em Campo Grande? Terá que usar a mais antiga forma de comunicação: “perguntar para o vizinho”!
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