A evolução da internet em todo mundo é fato notório e as relações sociais se modificaram com o crescimento da internet. Em algumas cidades brasileiras se começam a disponibilizar internet em rede sem fio de acesso livre à população. No caso do Brasil, este acesso ainda é muito restrito, porque a minoria dispõe do equipamento que permita esse acesso. E assim, apesar da boa vontade e de boas políticas públicas de acesso a internet, ela atinge uma parcela reduzida da população, em muitos casos atende a elite econômica das cidades. O acesso para a camada de renda menor acontece nos espaços públicos das escolas, de bibliotecas e pago por meio das chamadas “lan houses”.
O acesso público à internet no mundo, na Europa em especial, é muito restrito. Os espaços de acesso público são protegidos excessivamente. Em Roma, por exemplo, há uma boa rede de acesso à rede sem fio (wireless), no entanto é necessário um cadastro longo e complexo para se conseguir um usuário. Até certo ponto, essas proteções são corretas, mas quando as mesmas mais prejudicam o acesso do que facilitam, se tornam incoerentes e restringem muito o acesso à população. Roma é uma das principais cidades europeias que tem no turismo sua principal fonte de renda, no entanto o acesso a internet para o turista é quase impossível, porque o cadastro necessário para acesso a rede sem fio na cidade exige que se inclua, no formulário, um número de telefone celular. Que turista tem telefone celular durante as viagens? E será que o turista vai comprar um celular, no caso pré-pago, somente para fazer o cadastro para acessar a internet? De outro lado, o acesso em hotéis e restaurantes é normalmente cobrado e a preços exorbitantes.
Em muitas cidades os hotéis, regra geral, cobram pelo acesso a internet. Absurdo! Pois os hotéis compram um acesso a internet e tem custo fixo. Essa é uma forma de lucratividade insensata. Os hotéis devem fornecer serviço gratuito de acesso a internet para seus clientes. O custo da internet com as operadoras é fixo, então não tem sentido a cobrança que penaliza os clientes, em quase todos os hotéis.
Quando se menciona acesso público a internet, se pode afirmar que o Brasil tem uma situação privilegiada. Muitas cidades implantaram e outra começam a implantar acesso, por meio de rede sem fio, em diversos pontos públicos. No caso do Brasil, a situação grave está na qualidade das conexões. Enquanto nos países europeus é normal uma conexão de 20Mb, a população brasileira ainda paga muito caro para conexões virtuais de 5Mb e recebem um quarto disso, ou seja, a conexão nominal não chega a 500Kb.
Se se pensa que a internet é uma realidade presente, universal e pública para a sociedade, há muitos obstáculos para isso. Mesmo nos países desenvolvidos, a realidade está muito distante daquilo que se lê e se publica na mídia. As conexões publicas a internet são restritas, caras e de péssima qualidade. Afinal, a internet não é um bem público? Afinal que rede de conexões sociais, que rede de internet se implanta neste planeta? Mesmo nas universidades, local de desenvolvimento e distribuição da internet, o acesso ainda é muito precário e de péssima qualidade.
Nas universidade espanholas, por exemplo, apesar de uma distribuição nos campus e faculdades, há inúmeras áreas de sombra, sem acesso e a qualidade do sinal, portanto, a qualidade da conexão, da transmissão de dados é baixíssima. Isso faz pensar na pessoa que adquiri um computador com acesso à internet e quando vai buscar conexão em locais públicos ficará frustrado porque não consegue navegar!
Pagou muito caro pelo equipamento com o principal objetivo de acessar a internet, seja para o trabalho, para os estudos, para contatos pessoais ou lazer e não consegue espaço de acesso e, quando consegue, passa mais tempo na tentativa de conexão do que o tempo efetivamente navegando.
Outra pergunta que se faz é: quando, de fato, a internet se tornará acessível, barata, pública?
Na realidade atual talvez nunca. Porque o acesso a internet se tornou um grande negócio. E muitas empresas lucram e vão lucrar muito mais com isso. Sem qualquer dúvida há exceções, há universidade com acesso amplo e de boa qualidade, há cidades modelo de acesso livre, pública e de boa qualidade, no entanto essa situação é a minoria da minoria. Em Campo Grande, por exemplo, se pode afirmar que a UFMS disponibiliza acesso público a internet, mesmo para seus estudantes? A internet, tão propalada pela mídia, ainda está muito longe da população!
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