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O desenvolvimento da UFRN como referência

Opinião | Quinta-feira, 19 de Maio de 2011 - 20h44 | Autor: Gerson Luiz Martins
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Quando se fala em universidade pública federal, fala-se em instituições precárias, com problemas de infraestrutura, laboratórios sucateados, prédios abandonados, salas de aulas com condições mínimas, muitas ainda utilizam o clássico quadro-negro e giz, e carteiras que prejudicam a postura dos usuários. Usar tecnologias como datashow, lousa eletrônica ou internet wireless, somente na futurologia. Em artigo anterior, sobre os investimentos no ensino público e o papel dos parlamentares na construção do universidade pública, se fez um desafio aos senadores e deputados do estado, convidar o ministro Haddad para conhecer as condições da UFMS.

Este quadro, ate recentemente muito comum na instituições federais de ensino superior, começa a mudar. O programa de Reestruturação das Universidades públicas federais, Reuni, promoveu uma mudança substantiva nas chamadas IFES (Instituições Federais de Ensino Superior). Em algumas IFES de forma mais ampla, em outras de formas mais restritas. O Reuni transformou as IFES em um grande canteiro de obras. Um exemplo contundente dessa realidade acontece na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A administração do professor Ivonildo Rego transformou a universidade. O crescimento da UFRN é significativo, não somente em infraestrutura, mas também no desenvolvimento cientifico e na qualificação do ensino e da extensão. Hoje, a UFRN possui uma biblioteca de 8000 metros quadrados, a campus de Natal é servido por uma rede de internet sem fio (wireless) em todos os blocos sem restrição de acesso, sejam de aulas, salas de professores ou administrativos; não faltam gabinetes para professores, que podem usufruir de bons equipamentos de informática para o desenvolvimento de suas pesquisas. Com a ajuda do Reuni, a UFRN deu um salto de qualidade significativo e muito visível. Em abril deste ano, o professor Ivonildo Rego deixa a reitoria da universidade como uma das melhores administrações na história na UFRN. A nova reitora, professora Ângela Paiva Cruz tem uma tarefa não tão simples, pois deverá ampliar essas melhorias. A universidade, que tinha áreas de pesquisa avançadas, de alto nível em gás e petróleo, vai somar novas áreas e despontar como uma das melhores universidades públicas federais. Esses resultados são frutos de uma administração competente e de todo empenho, sem cor partidária, da bancada federal do Rio Grande do Norte. Para os que moram no Sul do país, devem repensar seus conceitos de região ou universidades subdesenvolvidas. Em oito anos, a UFRN é uma outra universidade.

Este exemplo, essa situação deve ser inspiradora para outros gestores das IFES. O desenvolvimento de uma universidade federal se promove com ampliação das condições de ensino, da promoção da pesquisa e da ampliação da extensão. E não pela limitação tecnológica, pelas restrições de informação, como se dá quando se limita o uso da internet entre professores e alunos, ou ainda por meio de processos coercitivos para cumprimento de prazos em tarefas administrativas.

E o que se pode constatar, in loco, nas melhorias da UFRN, além das citadas anteriormente? Salas de aula, todas, com projeto eletrônico (datashow), acesso a rede de internet por conexão sem fio ou cabo em todas as salas de aulas; ar condicionado modelo split (mais silencioso), também em todas as salas; ampliação da biblioteca, e do acervo, que hoje equivale a quatro vezes a biblioteca da UFMS; ampliação dos blocos de salas administrativas e de professores; disponibilidade de equipamentos de informática de alto desempenho para todo quadro docente; também ampliação dos laboratórios de informática, que embora se incentive o uso de notebooks sem fio, é necessário oferecer acesso à internet para os alunos que não possuem o equipamento. Pode-se contar, em abril de 2011, pelo menos 15 edifícios, blocos de salas de aula ou administrativo, em construção e outros nove construídos, acabados.

O crescimento constatado na UFRN pode ser atingido e ultrapassado pela UFMS. A partir da atual administração, a UFMS é gerida por critérios mais acadêmicos do que políticos, como acontecia nos anos anteriores. A perspectiva e os critérios acadêmicos facilitam a definição de diretrizes que promovem a ampliação e a qualificação das pesquisas, as melhorias das condições de oferta no ensino e a ampliação da extensão. Há muito o que fazer e houve pouco tempo para executar. O contato direto da administração superior com os centros de estudos e pesquisas e com os seus sujeitos é imperativo para focar e difundir, distribuir as condições, os recursos, os equipamentos necessários para atingir as melhorias desejadas. Somente dessa forma a UFMS poderá abreviar seu tempo de crescimento.


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