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Quem é o jornalista brasileiro?

Opinião | Quinta-feira, 18 de Abril de 2013 - 15h34 | Autor: Gerson Luiz Martins
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A Federação Nacional dos Jornalistas, Fenaj divulgou na ultima semana pesquisa sobre o perfil e a realidade do jornalista no Brasil. O resultado não surpreendeu muitos profissionais, pesquisadores ou professores de jornalismo. Há algum tempo o perfil, hoje desenhado pelos resultados da pesquisa, perpassa o ensino universitário em jornalismo. A pesquisa, por exemplo, mostrou que a maioria dos profissionais de jornalismo são do sexo feminino. Essa situação há muito é realidade nos cursos universitários de jornalismo. A pesquisa também mostrou que há um equilíbrio entre os profissionais que atuam nas assessorias de imprensa ou comunicação e nas empresa jornalísticas. Da mesma forma, estudantes do último ano nos cursos de jornalismo realizam seus estágios irregulares, na maioria dos casos, nas empresas, ou seja, nas assessorias de comunicação ou imprensa.

Conforme os dados da pesquisa, entre as características demográficas da categoria, o relatório aponta significativa expansão na presença feminina no fazer jornalístico. Segundo os dados, hoje há mais mulheres (64%) do que homens no mercado de trabalho. No entanto, os homens ocupam, em maior parte, os cargos de chefia. Ainda segundo os dados, quase a íntegra dos jornalistas que atuam no Brasil têm formação superior (98%). Desses 91,7% têm graduação em Jornalismo. Dos graduados, 61,2% são formados no ensino privado e 40,4% deles têm curso de pós-graduação. Este fato demonstra que, apesar da decisão do STF em extinguir a exigência da formação universitária especifica em jornalismo, as empresas não arriscam credibilidade e somente contratam egressos dos Cursos de Jornalismo. A pesquisa identificou 317 cursos de Jornalismo em todo país. Na contabilidade do MEC há muitos mais, pois a nomenclatura utilizada pode ser distinta da designação Jornalismo.

De acordo com o levantamento, 59,9% dos jornalistas recebem até cinco salários mínimos. O índice de desemprego observado na categoria coincide com a taxa no país, que fechou o ano de 2012 com 5,5%. A cada 4 jornalistas, 1 está filiado a sindicato, ou seja 24,2% são associados a entidades sindicais. Dos jornalistas, 55% atuam em mídia (veículos de comunicação, produtoras de conteúdo etc.), 40% atuam fora da mídia, em atividades de assessoria de imprensa ou comunicação ou outras ações que utilizam conhecimento jornalístico, e 5% trabalham predominantemente como professores.

A situação financeira dos profissionais de jornalismo apresentada pela pesquisa também é resultado da baixa participação dos profissionais nas entidades de classe, apenas 24,2% são associados a entidades sindicais. Essa realidade revela um paradoxo. O jornalista, frequentemente, é aquele que busca garantir o direito dos profissionais, dos trabalhadores, mas quando se trata se sua própria profissão, passa distante das ações para garantir as melhorias salariais e das condições de trabalho. De acordo com informações da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Abraji, sobre a pesquisa da Fenaj, os dados apontam que 45,4% da categoria estão insatisfeitos com o salário e 48,2% com outros benefícios salariais. E ainda, conforme o próprio levantamento da UFSC, apesar de 86% dos jornalistas ganharem até 10 salários mínimos, menos de um terço desta maioria está na faixa de renda entre cinco e 10 salários.

A Abraji relata também que a "pesquisa também mostra uma elevada presença de jovens na profissão. Cerca de oito em cada dez entrevistados tinham até 40 anos e a maioria desses profissionais mais jovens (73%) se encontra na faixa dos 18 aos 30 anos. A presença maior de jovens na categoria é resultado do crescimento acelerado na oferta de vagas em cursos superiores de jornalismo. De 1990 até 2010, o número de cursos de jornalismo no Brasil teve um crescimento de mais de 500%. Se no início da década de 90 o país contava com 61 cursos de jornalismo, em 2010 esse número havia saltado para 317.

O relatório final da pesquisa afirma que “parcela expressiva dos estudantes se engaja desde cedo na vida profissional, como estagiários ou em funções de baixa remuneração, com ou sem carteira assinada: esta é a principal dinâmica de acesso ao mercado de trabalho”.

A pesquisa, coordenada pelo professor da Universidade de Brasília, Samuel Pantoja, será publicada em livro pela Editora Insular com o título “Perfil do jornalista brasileiro – Características demográficas, políticas e do trabalho jornalístico em 2012″.


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