Curriculo | Curriculo Lattes | Contato

Twitter FaceBook RSS Flickr
buscar

Artigo Jornal

Rotatividade no jornalismo

Opinião | Quinta-feira, 04 de Abril de 2013 - 00h42 | Autor: Gerson Luiz Martins
  • RSS
  • Imprimir
  • texto -
  • texto -
O campo profissional do jornalismo sempre foi um dos que tiveram alta rotatividade entre os profissionais. É muito comum o jornalista trabalhar em cinco, seis ou até mais empresas de comunicação ao longo de sua carreira. O processo, de forma muito rápida, se alinha numa sequência que vai do curso universitário de jornalismo com passagem por jornal laboratório e depois o Projeto Experimental ou Trabalho de Conclusão de Curso, em seguida como uma espécie de estagiário nas empresas jornalísticas, como foca (termo usado para designar jovens jornalistas) e depois como jornalista consolidado, estágio este que ocorre em atuação num variedade significativa de empresas. O estágio final, se é que se pode denominar desta forma, ocorre na atuação em assessorias de imprensa ou de comunicação, ou ainda, mas no âmbito das assessorias, como assessor parlamentar.

Nas empresas jornalísticas, o profissional percorre várias etapas, primeiramente como "foca", depois como repórter, depois como editor e em seguida em inúmeras chefias. Essa gama de possibilidades enriquece a experiência que o capacita para, no futuro, atuar nas assessorias e, às vezes, até mesmo como proprietário de empresa de consultoria e assessoria em jornalismo. Uma outra parte desse grupo profissional percorre, e não menos significativa, a atuação, desde o egresso do curso universitário em jornalismo, nas assessorias de comunicação ou imprensa. Este é o locus que oferece mais oportunidades de atuação. Conforme pesquisa da Fenaj divulgada nesta semana, 55% atuam em mídia, 40% atuam fora da mídia, em atividades de assessoria de imprensa ou comunicação.

No contexto da empresas jornalísticas, com raras exceções, os profissionais alternam de empregador, em média, a cada dois anos. Nos últimos anos, essa média caiu significativamente. Para as empresas, é uma situação desfavorável, assim como em qualquer outro tipo de empresa. Um novo empregado, novo profissional a cada ano implica na elevação de custos operacionais, treinamento, cadastro profissional, verbas rescisórias e o tempo que o profissional leva para se adequar a um novo sistema de trabalho, rotinas produtivas e inter-relação com os companheiros de trabalho.

O processo de rotatividade, de forma inadequada, começa ainda nos ambientes dos estágios irregulares. Há empresas jornalísticas, por inúmeras razões, que têm, em seu quadro de funcionários, uma maioria em situação de pseudo-estágio. Basta imaginar uma empresa que entre seus colaboradores, como muitas preferem denominar, tenha em seu quadro 80% de estagiários, qual o grau de credibilidade que os produtos ou os serviços dessa empresa produziriam no consumidor? E no caso da informação? Que credibilidade há nas informações produzidas, em sua maioria, por, digamos, estagiários?

Da parte da empresa, o risco de perda de credibilidade é muito alto. Basta que o leitor se habitue a pesquisar, a saber quem é o jornalista que assina as matérias para que possa avaliar o grau de confiança daquela notícia, daquela informação. E não é preciso ir muito longe para entender essa situação. Basta lembrar de quantas vezes as pessoas dizem que tal fato, aquela informação dita pelo Willian Bonner ou, anteriormente, pelo Cid Moreira é a verdade! O critério de veracidade estava e está condicionado a credibilidade do jornalista que divulga a informação. Assim, é importante destacar, para o leitor, a necessidade de conhecer os jornalistas que produzem as informações que consome no cotidiano. Essa atitude não descarta ainda o quanto é importante conhecer o jornal, seja impresso, TV, rádio ou internet, que acessa ou utiliza para obter informações. O próprio Jornal Nacional da TV Globo sofreu perda de credibilidade, nos últimos anos, pelos inúmeros erros de cobertura jornalística que protagonizou. Erros hoje muito mais acessíveis ao público que pode verificar a qualidade - veracidade, fidelidade - das informações na internet.

Recomenda-se mesmo que os leitores efetuem a checagem das informações por outros meios, principalmente nas inúmeras possibilidades que a internet proporciona. Cabe aqui um registro no sentido de averiguar informações, na medida das possibilidades, em páginas da internet da chamada imprensa alternativa. O jornalista Luiz Carlos Azenha, por exemplo, mantém um Blog - Viomundo (www.viomundo.com.br) - onde publica informações sobre os outros lados de várias notícias publicadas diariamente pela grande imprensa.


imprimir voltar




Veja também




Envie seu comentário


Atenção! Não será publicado recados ofensivos, obscenos, que vão contra a lei, que não tenham o remetente identificado.





(C) 2010, Prof. Dr. Gerson Luiz Martins - Todos os direitos reservados
jornalista@gersonmartins.jor.br - Portal Desenvolvido por (M)