Entre os dias 10 e 11 de fevereiro uma comissão de professores da CAPES – Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior, órgão do Ministério da Educação encarregado de regular e avaliar os cursos de pós-graduação stricto-sensu, ou seja, mestrados e doutorados, esteve na UFMS para fazer a verificação das condições locais para credenciamento do curso de Mestrado em Comunicação. O curso, se aprovado pela CAPES, terá como área de concentração Mídia e Representação Social, integrada por duas Linhas de Pesquisa, uma sobre Mídia, identidade e regionalidade e a outra Linguagem, Processos e Produtos Midiáticos, e deverá iniciar as atividades em março de 2012, com processo seletivo para os novos alunos previsto para novembro deste ano.
A comissão da CAPES fez a verificação das condições de realização do curso no que se refere ao corpo docente, condições de biblioteca, de laboratórios, disponibilidade de salas de aula e espaços para locação de secretaria e coordenação do curso. Além disso, a Comissão verifica a produtividade científica do grupo de professores e a estrutura proposta de disciplinas e projetos de pesquisa.
O mestrado em Comunicação proposto pela UFMS tem caráter acadêmico e objetiva desenvolver pesquisas na área de comunicação, conforme as linhas de pesquisas definidas, que abordam diversos processos, produtos da comunicação, seja o jornalismo, a mídia, a publicidade, e em geral a ciência da comunicação. Hoje, o Brasil é apontado como um dos países que mais produz pesquisas em comunicação. Em jornalismo está classificado como área de produção científica avançada, pela quantidade de trabalhos produzidos e publicados.
A proposta encaminhada pela UFMS à CAPES foi aprovada em quatro dos cinco quesitos que compõem o processo de credenciamento. Esse fato motivou a visita da Comissão da CAPES para verificar e indicar os ajustes da proposta. Essa Comissão produz um relatório que será analisado e julgado pelo Comitê Técnico Científico da entidade, o qual poderá aprovar ou não a proposta.
Na região Centro-Oeste, há programas de mestrado em Comunicação em Brasília na UnB e na Universidade Católica, e em Goiânia, na Universidade Federal de Goiás, ou seja, três cursos que, numa região em que as distâncias são muito extensas, não atendem a demanda. Para os profissionais de comunicação que moram em Campo Grande é muito mais fácil fazer um curso em São Paulo, do que nessas capitais. Esse é um dos fatores que auxiliaram na avaliação positiva da CAPES para a proposta da UFMS. A política atual da coordenação da área de comunicação da entidade é descentralizar a oferta dos cursos de mestrado, hoje concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Nos últimos anos, foram aprovados cursos de mestrado em comunicação em Natal, na UFRN; em João Pessoa, na UFPB; em Fortaleza, na UFC; em Belém, na UFPA e em Manaus na UFAM. Essa situação, somada a um novo curso na UFMS, equilibra a oferta de cursos de mestrado em comunicação no país e facilita o acesso a uma demanda cada vez maior.
A demanda por um curso de mestrado em comunicação na UFMS é decorrente da qualificação e da produção científica dos professores do Departamento de Jornalismo. Atualmente o corpo docente do Departamento é composto por oito professores com doutorado. Há quatro anos, esse número não passava de quatro. Esse crescimento, aliado ao incremento dos projetos de pesquisa e da produção científica, requer um curso de pós-graduação stricto-sensu para ampliar ainda mais as pesquisas. Importante destacar que essa produção científica não poderá ficar circunscrita nos “muros” da UFMS, deverá ter aplicabilidade social, ou seja, o resultados da ciência em comunicação produzida na universidade têm que ser revertidos para o benefício da população, para o desenvolvimento social do estado e do país. E a população deve cobrar esses benefícios da universidade. De outro lado, essa produção científica ficará acessível à população desde que os pesquisadores possam difundir seus trabalhos, e isso ocorre por meio das publicações em revistas científicas e da apresentação dos trabalhos nos congressos científicos. Para isso, o pesquisador deve ter o apoio da instituição de ensino e das políticas de desenvolvimento da ciência.
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