O futuro do jornalismo nos dispositivos móveis

Opinião | Quinta-feira, 13 de Março de 2014 - 16h38 | Autor: Gerson Luiz Martins


O lançamento dos novos smartphones, dispositivos móveis cada vez mais avançados, com alta tecnologia, como ocorreu nesta semana no Mobile World Congress, que acontece em Barcelona todos os anos consolida esses dispositivos como plataforma e suporte para o futuro do jornalismo. O futuro do jornalismo está nos dispositivos móveis! O Mobile World Congress transformou a cidade de Barcelona no centro mundial de tecnologia móvel. E a cada ano o congresso é o local onde são apresentadas as mais recentes tecnologias quando se trata de smartphones, tabletes e outros aparatos. O investimento das corporações multinacionais na tecnologia móvel cresce a cada ano, tem como objetivo “vestir” as pessoas de tecnologia, portanto, tecnologias cada vez mais portáteis.

As aquisições realizadas por Google, Facebook, Apple, Microsoft e tantas outras das empresas tecnológicas de menor porte na plataforma móvel deixa claro onde está o futuro da internet, onde está o futuro – e presente – da difusão da informação, do jornalismo. No geral, as empresas jornalísticas, mesmo as maiores, ainda não dominam as tecnologia móvel. Os aplicativos, programas, recursos para os smartphones ou tabletes ainda são incipientes e oferecem conteúdo restrito, não utilizam todo o potencial da tecnologia móvel aliada a internet. Os aplicativos disponíveis, dos jornais, TVs, rádios, etc, ainda oferecem basicamente texto. Muitas vezes não despertam o interesse do consumidor de notícias.

De um lado, o limite é estabelecido pelo inexpressivo número de smartphones na mãos da população, embora este número cresça a cada minuto. A proliferação se consolidará quando, principalmente no Brasil, os dispositivos forem mais acessíveis. A carga tributária imposta ao cidadão brasileiro é uma das mais pesadas no mundo e a promessa de legislação que torna o celular um bem popular ainda não saiu do papel. De outro lado, o atraso tecnológico e a falta de investimento em tecnologia móvel é uma barreira que atrasa a popularização dos smartphones e tabletes. Dessa forma, as empresas jornalísticas, em geral, não querem investir na versão de seus produtos para os dispositivos móveis. E isso promove um retardamento do processo de desenvolvimento de todo aparato para produzir jornalismo em plataforma móvel.

Reportagem publicada por uma emissora de televisão, sobre o tema, mostrou que a tendencia nessa área é a produção de tecnologias que possam ser usadas como uma roupa, que as pessoas possam vestir as tecnologias móveis. Exemplo do smartphone da empresa coreana Samsung que agrega ao aparelho algumas opções de relógio que monitoram atividades corporais e auxiliam as pessoas no controle de suas ações. O leitor poderá verificar essa questão na internet, na página do Mobile World Congress, no endereço www.mobileworldcongress.com ou no endereço da própria empresa.

Com o desenvolvimento tecnológico dos dispositivos móveis muda o comportamento da pessoas. Apesar das inúmeras críticas, observações, cuidados as pessoas estão com a cabeça inclinada o tempo todo de olho no celular. Observem espaços públicos como praças de alimentação dos shoppings, no transporte público, mesmo nas escolas onde o uso do celular é restrito. As pessoas ficam, durante muitas horas, na leitura das informações, na troca de mensagens, portanto informação. E será que o jornalismo, as empresas jornalísticas não vão aproveitar desse contexto?



www.gersonmartins.jor.br



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