Este foi o tema do 3º Seminário de Ciberjornalismo que aconteceu na semana passada, entre os dias 16 e 18, na UFMS. O evento conseguiu reunir um grupo entre os principais expoentes sobre jornalismo e redes sociais no Brasil. A conferência de abertura, realizada pelo professor da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha), Angel Rodriguez Bravo que falou sobre o controle da qualidade no ciberjornalismo, tema abordado também pela professora da Unisinos, Adriana Amaral sob um outro angulo, ela faz um estudo sobre curadoria no ciberjornalismo.
A expectativa da participação da professora Raquel Recuero foi frustrada devido um problema grave de gerenciamento de crise da Tam, tema que será abordado no artigo da próxima semana. A apresentação do segundo dia do Seminário não deixou a desejar, a exposição da professora da UFRGS, Luciana Mielniczuk tocou em questões importantes para o desenvolvimento do ciberjornalismo. A pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online da UFBA, grupo pioneiro nos estudos de ciberjornalismo no Brasil, falou sobre os desafios e avanços desta forma de se fazer jornalismo. Os pesquisadores Fernando Firmino da Universidade Estadual da Paraíba e Norminando Montoya, também da Universidade Autonoma de Barcelona apresentaram importantes aspectos da produção ciberjornalismo, de um lado o crescente uso de aparelhos móveis, como celular e tablets, para o consumo da notícia e as formas de produção jornalística com foco nesses aparelhos e de outro lado o crescente uso do vídeo, pela atratividade que possui, na difusão da notícia na internet.
Ciberjornalismo é um nome recente, pode ser confundido com jornalismo online, jornalismo digital e webjornalismo. De maneira corrente, todos tem o mesmo significado, ou seja, o jornalismo produzido na e para a internet. No meio acadêmico, científico, no entanto não há igualdade, cada uma das nomenclaturas abrange uma forma diferente de observar, estudar o jornalismo praticado na internet. Trabalho produzido pela pesquisadora e jornalista Luciana Mielniczuk, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 2003, estabelece uma definição para as várias nomenclaturas, ou seja, jornalismo digital é o termo utilizado para designar o jornalismo produzido na Web ou outros suportes de publicação de cunho digital, como por exemplo CD-Roms, celulares, entre outros; webjornalismo designa a produção de conteúdo exclusivamente para Web, editar informações para serem distribuídas em plataformas como SMS, podcast, correio eletrônico, RSS, entre outros; jornalismo online é desenvolvido utilizando tecnologias de transmissão de dados em rede e em tempo real e ciberjornalismo envolve tecnologias que utilizam a cibernética ou o jornalismo praticado no ciberespaço. Conforme Mielniczuk, a utilização do computador para gerenciar um banco de dados na hora da elaboração de uma matéria é um exemplo da prática do ciberjornalismo. Assim, o termo ciberjornalismo é que melhor compreende e abrange a produção, o consumo, a pesquisa e os estudos sobre jornalismo na e para a internet.
O CIBERJOR iniciou suas atividade em junho de 2008, quando organizou o 1º Seminário de Ciberjornalismo de Mato Grosso do Sul e trouxe o professor, catedrática da Universidade Federal da Bahia e coordenador do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online – GJOL, Dr. Marcos Palácios, um dos principais cientistas da área no país. O CIBERJOR hoje faz parte de uma rede de Grupos de Pesquisa, liderado pelo GJOL/UFBA, que compreende ainda o Laboratório de Pesquisa Aplicada em Jornalismo Digital – LAPJOR da Universidade Federal de Santa Catarina, o Grupo Virtus da Universidade Federal de Pernambuco, Grupo Jor XXI da Universidade Tuiuti do Paraná, Grupo Comunicação, Jornalismo e Mídias Digitais da Universidade de São Paulo, Grupo Jornalismo Digital da Universidade Federal de Santa Maria e Centro de Estudos de Cibercultura e Comunicação em Meios Digitais da Universidade Federal Fluminense.
A nomenclatura usual para jornalismo na internet, ciberjornalismo, é ainda confusa para muitas pessoas. Há uma tendência na leitura do formato anglo-saxonico, ou seja, cyberjournalism (saiberjornalismo). No Brasil, foi adotado a nomenclatura ibérica, ou seja, lê-se ciberjornalismo tal como se escreve e não como as pessoas falam “site” (saite), que na nomenclatura ibérica se escreve e se lê sítio, o que no Brasil provocaria algumas confusões, por isso usa-se a variação “sítio web” ou “sítio na internet”, ou ainda, de forma inapropriada, “portal”. E não obstante as denominações se percebe que o jornalismo produzido na internet permeia todas as redações jornalísticas, seja na TV, no rádio, nos jornais impressos.
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