Premissas para o Mestrado

Opinião | Domingo, 11 de Setembro de 2011 - 12h02 | Autor: Gerson Luiz Martins


O número de cursos de pós-graduação stricto-sensu oferecidos em Campo Grande ampliou significativamente nos últimos anos. A UFMS abriu, nos últimos cinco anos, sete Programas de Mestrado. No total, a universidade possui 30 programas de Mestrado e oito de doutorado. Enquanto a oferta de cursos se amplia, de outro lado, os profissionais buscam a qualificação, não somente nas suas atividades de trabalho, mas também como ampliação do conhecimento e na perspectiva de atuação no ensino superior. O quadro, em geral, demonstra o crescimento científico do país e também a busca de qualificação profissional cada vez mais exigida pelas empresas e organizações.

É importante ressalvar que a qualificação oferecida pelas universidade tem, prioritariamente, uma característica cientifica, acadêmica. As universidades não priorizam a qualificação profissional, salvo algumas exceções. Esse tipo de qualificação está organizado e é oferecida pelas empresas, pelas organizações que tem relação direta com os profissionais. Dessa forma, não se recomenda, a qualquer egresso dos cursos universitários, que realizem sua inserção na pós-graduação stricto-sensu sem passar, minimamente, três anos na atividade profissional como forma de ganhar experiência e conhecimento técnico profissional. Também é importante deixar claro que há uma diferença entre pós-graduação lato-sensu e pós-graduação stricto-sensu. É comum observarmos muitos profissionais, principalmente em suas ações de marketing, propaganda de serviços informar que é pós-graduado, quando, na realidade, realizam cursos de pós-graduação lato-sensu, ou seja, cursos de especialização e não cursos de mestrado, muito menos de doutorado, com o objetivo de supervalorizar seus currículos. Os cursos de pós-graduação stricto-sensu, ou seja, mestrado ou doutorado, são qualificações acadêmicas e tem caráter eminentemente científicos. É por meio desses cursos que a nação prepara os pesquisadores, cientistas nas mais diversas áreas.

Assim, não é recomendável que profissionais recém-egressos das universidades iniciem esse tipo de curso, aguardem entre três e cinco anos – período de ganho profissional – para realizar o mestrado, que tem um perfil integralmente acadêmico e exige, dos alunos, muita leitura, muito estudo e produção científica.

Depois desse período de experiência profissional, aqueles que desejarem ingressar num curso de Mestrado devem estruturar suas atividades para que tenham êxito no processo seletivo. Essa preparação, ou melhor, essas premissas são inerentes à opção do mestrado, ou seja, recomenda-se que o futuro aluno organize e implemente sua carreira científica, estude e leia a bibliografia básica ou recomendada em sua área e inicie o trabalho de produção científica com a produção de artigos para revistas científicas ou congressos, mesmo a partir da incipiente revisão bibliográfica. Também é de suma importância o contato inicial com o corpo de pesquisadores do Curso de Mestrado que escolheu para obter indicativos do seu plano de leituras, estudos e de produção científica.

O contato com os pesquisadores do curso escolhido poderá facilitar sua inserção acadêmica e auxiliará na construção e elaboração do famoso Currículo Lattes, sistema de inserção da produção científica brasileira desenvolvido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

Outro fator importante para as premissas do Mestrado é a inserção do candidato nos Grupos de Pesquisa existentes nas universidades. É importante destacar que as agências de fomento da ciência no Brasil, entenda-se principalmente CAPES, CNPq e FAPs (Fundações estaduais de Apoio à Pesquisa), no caso de Mato Grosso do Sul, é a Fundect, não apoiam projetos de pesquisa isolados. O sistema de fomento, concessão de bolsas de estudo ou pesquisa prioriza pesquisadores, estudantes de mestrado e doutorado que realizam pesquisas, produção científica de forma coletiva, por meio dos Grupos de Pesquisa cadastrado no sistema, neste caso, no CNPq. Assim, é aconselhável ao candidato ao curso de Mestrado que faça sua inserção em algum Grupo de Pesquisa que existe nas universidades.

O Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFMS (PPGCOM) possui dois Grupos de Pesquisa, além dos Grupos de Pesquisa existentes antes da aprovação do Curso de Mestrado. Os interessados em fazer o curso de Mestrado em Comunicação devem procurar os pesquisadores do Curso para conhecer quais Grupos existem e qual o perfil de trabalho de cada um, onde poderá desenvolver seus projetos de pesquisa.


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