Há muitas propriedades no Ciberjornalismo. O Ciberjornalismo ou o jornalismo digital ou o webjornalismo ou o jornalismo online, ou ainda o jornalismo produzido na internet, para a internet e com as propriedades da internet possui inúmeras possibilidades, é a forma de jornalismo que mais cresce, que mais oferece oportunidades de trabalho para os profissionais e é, a cada dia, a forma que se configura como o mais popular meio para que as pessoas leiam notícias todos os dias.
É um caminho sem volta. Os computadores e, principalmente, os notebooks ou laptops, como o leitor preferir, a cada dia se tornam mais baratos. Os notebooks saíram na frente. São comprados no supermercado com preços muito acessíveis. E quando não mais barato, ainda há a opção de parcelamento do valor. Os notebooks vendidos hoje vêm com muitos recursos, principalmente a placa de rede sem fio, que conectam a máquina na internet em qualquer lugar que tenha uma rede disponível. Os locais que oferecem acesso para a rede sem fio (wireless) são cada vez mais numerosos. Muitas lanchonetes, bares, restaurantes, lojas e as instituições de ensino disponibilizam acesso à internet via wireless. Além disso, o governo municipal começa a implantar redes sem fio em várias escolas e bairros da cidade. Basta sentar com um notebook na praça e navegar na internet. Dessa forma, qual será o jornal mais popular? Sem dúvida que será aquele que está disponível na rede mundial de computadores.
Essa realidade bate às portas todos os dias. Os jornais, ou melhor, os ciberjornais precisam se aprimorar, implementar recursos que facilitem a leitura, o acesso e, fundamentalmente, possibilitem ao leitor mais comum a compreensão da notícia, do contexto da informação. Neste aspecto, o ciberjornalismo está repleto de possibilidades. Este texto trata de duas dessas possibilidades. O uso do twitter e do sistema chamado foursquare. O primeiro está disseminado entre jovens e adultos. Se tornou uma ferramenta para implementar as relações sociais, aproximar pessoas desconhecidas; além disso também se tornou uma ferramenta poderosa de produção jornalística. As informações publicadas no twitter são utilizadas pelos jornalistas como fonte, pauta, pesquisa, roteiro e checagem das matérias produzidas. Segundo vários estudiosos, se tornou uma ferramenta imprescindível para o trabalho do jornalista. Se antes, o repórter, para ir à rua se preparava com a leitura de jornais antigos, material veiculado na TV ou no rádio, ou ainda nos documentos dos centros de pesquisa ou bibliotecas, hoje o repórter se abastece também das informações publicadas no twitter. As principais fontes das matérias jornalísticas usam o twitter para sugerir pautas aos repórteres. E pobre do repórter do cotidiano que se excluir do twitter!
De outro lado, o foursquare se tornou uma ferramenta auxiliar do jornalista para a localização das fontes e das indicações de potenciais matérias. Este último ainda é uma ferramenta nova e pouco conhecida dos jornalistas, mas de ampla utilização entre os jornalistas na Europa e Estados Unidos. Embora muitos jornais utilizem o foursquare para ações de marketing, o geolocalizador contribui para auxiliar os jornalistas na apuração das informações da cidade, do local. Segundo o pesquisador de Ciberjornalismo e professor da UFMA, Lucas Reino as informações em tempo real de localização permite que notícias do trânsito, por exemplo, tenham mais valor, dado que as informações se apresentam de forma rápida, recurso importante para o radiojornalismo, telejornalismo e ciberjornalismo. Os recursos do foursquare permitem também que se possa construir um mapa dos inúmeros fatos que compõe o banco de dados das redações jornalísticas, como por exemplo, um mapa onde um certo tipo de crime ocorre com mais frequencia. Lucas Reino destaca ainda que "um jornal que comece a registrar a localização das ocorrências policiais pode, inclusive, apresentar informações sobre violência". Em especial, no caso do ciberjornalismo, o uso do banco de dados em tempo real, de forma imediata, por meio do foursquare, informa ao público leitor dados do trânsito ou de eventos culturais e o jornalista pode construir, por meio de infográficos, mapas desses eventos e construir um registro histórico da frequencia, das características, da periodicidade e das formas como esses fatos acontecem.
Os ciberjornais de Campo Grande ainda não utilizam esses recursos, muito embora, no que diz respeito ao noticiário, tem uma audiência maior do que os veículos tradicionais nesse formato. Há ainda muitos recursos não utilizados e que podem melhorar, e muito, a qualidade do jornalismo que se produz na internet.
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